quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS- Uma aposta ganha

Apesar das profundas transformações que se têm verificado na sociedade, em geral, e na paisagem educativa, em especial, e de uma certa democratização no acesso à educação, Portugal continua, em praticamente quase todos os indicadores educativos, na cauda da União Europeia.
O atraso que nos separa dos países mais desenvolvidos radica, em grande medida, no insuficiente nível de qualificação da população portuguesa.
É neste contexto que surge a Iniciativa Novas Oportunidades, cujo desafio consiste em dar um forte e decisivo impulso à qualificação dos portugueses.
A oferta deste tipo de formação traduz a necessidade de dar resposta aos elevados níveis de insucesso e abandono escolar e proporcionar, àqueles que detêm baixos níveis de escolaridade, uma Nova Oportunidade para poderem recuperar, completar e progredir nos seus estudos. Assim, a importância de desenvolver a capacidade de construir trajectórias de aprendizagem individuais, que valorizem as aquisições de cada pessoa, de promover modelos flexíveis de organização da formação e de dar maior expressão à formação em contexto de trabalho, constituem prioridades assumidas nesta vertente de actuação. É neste pressuposto que assenta todo o processo da Educação e Formação de Adultos (Cursos EFA), destinados, especificamente, a pessoas com idade igual ou superior a dezoito anos, que pretendam completar o 4º, 6º, ou 9º ano de escolaridade e desejem obter uma qualificação profissional, que lhes permita a (re)inserção ou progressão no mercado de trabalho.
Com a estratégia de “apostar fortemente nesta Iniciativa das Novas Oportunidades”, queremos contribuir para a valorização pessoal e profissional dos cinfanenses, proporcionando-lhes a conclusão dos segundo e terceiro ciclos, porque, não nos resignamos com os baixos níveis de literacia e as altas taxas de abandono e insucesso escolares que colocam, permanentemente, o concelho de Cinfães nos últimos lugares a nível nacional.
Ao avançarmos com a criação de nove turmas de B3 (9º ano) e uma turma de B2 (6º ano), superámos largamente, não só as nossas expectativas, como também, as propostas de muitos agrupamentos pertencentes à Coordenação Educativa Douro Sul e de outros agrupamentos, a nível nacional. Não obstante a enorme adesão verificada e o bom funcionamento que se está a registar desde o início das aulas, temo-nos deparado, constantemente, com o agradável fenómeno de novas inscrições, que fazem com que tenhamos, neste momento, turmas bastante numerosas. Por exemplo, na turma da freguesia de Oliveira do Douro, encontram-se a frequentar o curso, cerca de trinta e seis alunos, o que nos obriga a equacionar a possibilidade de a desdobrar, criando uma segunda turma, nesta localidade; e na freguesia da Gralheira aguarda-se, com ansiedade, a autorização para formar e avançar com uma nova turma.
Acreditamos que se trata de uma manifestação generalizada da tomada de consciência, por parte da população cinfanense, da importância da educação e da qualificação vocacional e profissional de cada um. E nesse sentido, continuaremos a pugnar por proporcionar aos nossos jovens e à população adulta todas as oportunidades que se nos deparem para promover a qualidade de vida de cada um.
Esta nova modalidade de educação de adultos pressupõe um processo de validação de competências, pelo qual estão, neste momento, a passar os formandos para que, posteriormente, possam ser enquadrados num determinado nível curricular. Trata-se de um processo moroso mas necessário para aferir a qualidade das competências de cada um de modo a que se possa, seguidamente, promover a sua empregabilidade.
A terminar, e socorrendo-nos dos termos enunciados na apresentação dos cursos EFA, diríamos que «o reconhecimento das competências adquiridas ao longo da vida em contextos informais de aprendizagem constitui não só um importante mecanismo de reforço da auto-estima individual e de justiça social, mas também um recurso fundamental para promover a integração dos adultos em novos processos de aprendizagem de carácter formal. Simultaneamente, permite, a nível colectivo, estruturar percursos de formação complementares ajustados caso-a-caso. Mas mais importante, induz o reconhecimento individual da capacidade de aprender, o que constitui o principal mote para a adopção de posturas pro-activas face à procura de novas qualificações. A consolidação e expansão dos dispositivos de reconhecimento e validação de competências é pois um recurso essencial para o desenvolvimento do país.» Reconhecendo a boa implementação e o bom funcionamento destes cursos, apresentamos alguns dos trabalhos realizados pelos formandos no processo de Reconhecimento e Validação de Competências.

Sem comentários: